segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

ÔNIBUS À LA CARTE


Diversas vezes eu entrei no ônibus com um pacote de salgadinho nas mãos. O trajeto quase sempre era longo, então eu sentava no primeiro banco e ia comendo, com a maior calma do mundo. Na hora de pagar a passagem e passar na roleta, tudo o que eu tocava ficava com aquele farelinho amarelo.
Pior ainda foi o dia em que eu peguei um ônibus com um cachorro quente nas mãos. Aquele completo, com batata palha e tudo. Minha nossa... me lembro que a minha fome era gigante, então eu sentei lá no fundo e nem me importei com que os outros estavam pensando. Quando terminei, vi a lambança que eu tinha feito: tinha respingado todo o assento de molho de ketchup! E o pior: os assentos eram aqueles forradinhos, de pano. Tentei limpar, numa tentativa inválida. E desci do ônibus depressa, depois. Não quis nem olhar para os passageiros que estavam do meu lado. Afinal, nesse mundinho tem sempre alguém que vê tudo. E muito bem por sinal.
Mas o dia mais marcante foi na hora do almoço. Eu ia demorar para chegar em casa, então acabei comprando umas bolachinhas para a “viagem”. Sentei e abri o pacotinho. E percebi que eu não era a única! Do meu lado, tinha uma senhora, desembrulhando o papelzinho de uma bala, discretamente – o que não deixa de ser comida. No outro banco, um garotinho, sentado no colo da mãe, comia a mesma coisa que eu no primeiro parágrafo: salgadinho. E para completar, a mãe tirava da sacola, de minuto em minuto, pedacinhos de chocolate! Um verdadeiro restaurante.
Aliás, às vezes eu até penso como seria se um ônibus virasse mesmo um restaurante. É verdade! Já pensaram? Com mesinhas, que nem nos aviões. Haveria cinco refeições: café da manhã, almoço, lanchinho da tarde, janta e uma espécie de ceia, entre meia noite e 6 da manhã. E embaixo de cada banco teria um cardápio. O cobrador cuidaria das contas, e ganharia mais, muito mais. O motorista só teria ordens para abrir as portas se os passageiros pagassem a refeição. E no caso de o ônibus dar um solavanco e a comida cair no chão, o passageiro não precisaria pagar, e receberia outra novinha em folha, gratuitamente!

hahahahaha
Não que eu pense só em comida, como muitos dizem, mas cara!
Tem cada coisa que a gente imagina e vai indo além, além, além...
e quando vê montou uma cena completa!
Eu acho o máximo isso, tô sempre fazendo...

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